Em matéria de política ambiental, o mundo está olhando para o Brasil com atenção especial. E não é apenas por conta dos últimos incêndios e queimadas.
É pelo fato de que o Brasil vai trazer o mundo inteiro para discutir mudança climática e transição energética para Belém no ano que vem, que será a sede da COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima.
Mas como vão se apresentar os anfitriões, quer dizer, nós, o Brasil? Até aqui, como quem não consegue fazer a lição de casa. Não, isso não tem a ver com a questão atual das queimadas e incêndios.
O Brasil está atrasado e não consegue se decidir sobre os instrumentos que vão financiar a transição energética, devido a uma disputa política que envolve também o papel das empresas privadas nessas estratégias de combate às mudanças climáticas.
O problema é um viés antiempresarial que está tornando dramática até a formação da instância que vai organizar a conferência em Belém. Trata-se de uma espécie de comitê olímpico que vai tocar o evento inteiro.
Em tudo isso — transição energética e conferência mundial — qual é o espaço que cabe à iniciativa privada? A disputa em torno dessa questão dividiu setores do Executivo contra outros setores do Executivo, além de Senado contra Câmara.
Estamos na beira de criar insegurança jurídica para potenciais investidores em um setor que deveria ser a rota do futuro — por politicagem e falta de planos.