Taxação de aço pelos EUA pode reduzir preço do produto no Brasil

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Taxação de aço pelos EUA pode reduzir preço do produto no Brasil

Brasil pode ter que buscar novos compradores, ou aumentar a oferta interna. Apesar da grande representativa das exportações de aço brasileiro aos EUA, hoje o setor já exporta para mais de 100 países. Para Meireles, agora seria a chance de o país expandir esse alcance. “Essa diversificação, no entanto, não é imediata ou simples, pois exige readequação logística, prospecção de novos compradores e adaptação às exigências técnicas de outros mercados”, explica o professor.

O provável anúncio de Trump acontece em um momento considerado bom para o setor nacional. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, com uma média mensal de 312.239,34 toneladas métricas importadas para consumo doméstico.

País ficou atrás apenas do Canadá. O vizinho norte-americano liderou as exportações para os EUA, com 456.271,11 toneladas métricas mensais. Os dados são do International Trade Administration, que reúne dados de comércio em todo o mundo.

Como fica a indústria interna de aço?

O que não for exportado, tende a ficar com os preços estáveis ou mais baixos. “Uma maior oferta interna levará a um ajuste nos valores praticados no mercado doméstico, sobretudo em segmentos como construção civil, linha branca e automobilístico”, diz Bruno Lessa Meireles.

O problema é que, em um segundo momento, o dólar pode deixar o aço mais caro. Vendendo pouco metal para o exterior, entram menos dólares no Brasil, o que pode levar a um aumento da cotação da moeda americana. “Se o real se desvalorizar significativamente, as usinas poderiam também enfrentar elevação de custo em insumos dolarizados, compensando eventuais ganhos de disponibilidade de oferta”, comenta o especialista.