Projeções do Ministério da Saúde apontam que, em 2025, seis estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná – podem ter incidência de dengue ainda maior que no ano anterior. Os dados preocupam pois 2024 já foi de recordes, com mais de 6,4 milhões de casos em todo o país .
O sudeste é a região mais sensível, pois em 2024 já concentrou 59% dos casos. Para auxiliar no combate a essa doença, a pasta anunciou, nesta quinta-feira, 9, a criação do Centro de Operações de Emergência (COE). “Nesse momento, a meta é reduzir o número de casos e evitar as mortes”, disse a ministra Nísia Trindade, em coletiva de imprensa.
O COE terá como objetivo centralizar a coordenação das ações de resposta a dengue, trabalhando com estados e municípios para garantir as melhores estratégias. Além do anúncio do centro, a pasta também disponibilizou a versão atualizada do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, que deve orientar o manejo.
Qual o sorotipo de dengue circulante?
Outro dado que tem levantado preocupações é a circulação de uma variante incomum do vírus. Como adiantado por reportagem de VEJA, nas últimas três semanas de dezembro a Secretaria de Vigilância e Saúde notou um espalhamento do sorotipo 3 em São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. “É uma preocupação porque isso pode fazer com que tenhamos mais casos do que gostaríamos”, disse Ethel Maciel, responsável pelo setor.
A doença tem quatro sorotipos diferentes. A infecção por um deles garante proteção contra ele por toda a vida, mas não impede a contração de outras variantes. Como o tipo 3 não circula há pelo 17 anos, uma grande parte da população, especialmente crianças e adolescentes, não têm essa proteção, o que dá ao vírus um campo fértil para se disseminar.
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O perigo desse tipo de variação ficou evidente em 2024, quando o sorotipo 2, que não circulava desde 2019, voltou à tona. Em associação ao aumento de temperatura provocado pelas mudanças climáticas e pelo El Niño, isso fez com que o país batesse recordes da doença, com um aumento de 303% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de mortes passou dos 6 mil.
Como se proteger da dengue?
Para tentar evitar os novos casos desde o início do ano, a pasta emitiu um informe técnico, recomendando que as prefeituras deem prioridade às ações de combate à arboviroses já nas primeiras semanas das novas gestões municipais. Entre as medidas estão o monitoramento e a notificação dos casos suspeitos, a investigação das mortes, o controle vetorial (visitas domiciliares e borrifação de inseticidas), a organização dos serviços de saúde e a capacitação profissional.
Além disso, fizeram a expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades, e tem implantado insetos estéreis, estações de disseminação de larvicida e a aplicação da vacina para dengue nas populações mais vulneráveis.
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A responsabilidade do poder público,contudo, não exime a população das ações de combate. Estima-se que 75% dos focos estejam nas casa, e, por isso, para evitar a proliferação do Aedes aegypti são importantes medidas como:
- Evitar água parada em pneus, latas, lonas e garrafas vazias
- Observar plantas e potes que possam acumular água
- Limpar a caixa d’água regularmente e mantê-la fechada
- Desentupir calhas
- Eliminar entulhos
- Cobrir piscinas que não estejam em uso
- Permitir a visita de agentes comunitários de saúde
O uso de repelentes e inseticidas, embora limitados, também podem ajudar a evitar a infecção. Além disso, de acordo com as recomendações da pasta, “todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.”
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