A Itália terá diversas dificuldades para sustentar o crescimento da economia nos próximos anos, diante do enfraquecimento da produtividade, declínio demográfico e problemas associados a transições geopolíticas, climáticas e digitais. A análise é do Fundo Monetário Internacional (FMI), em relatório divulgado nesta terça-feira (23) no âmbito do Artigo IV.
Para ampliar a produtividade, os diretores executivos do FMI recomendaram impulsionar a oferta de mão de obra qualificada e implementar completamente o Plano de Resiliência e Recuperação Nacional para facilitar as transições verde e digital.
No relatório, a instituição reiterou projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália nos próximos anos, de 0,7% em 2024 e de 0,9% em 2025. O FMI também prevê continuidade do processo de desinflação, com os preços caindo abaixo da meta de 2% em 2024.
Diretores executivos do FMI reconheceram que a economia italiana teve bom desempenho durante a pandemia e ao superar os choques nos preços de energia dos últimos anos, mas alertaram que a dívida pública e as necessidades financeiras permanecem “muito elevadas”.
Neste cenário, a instituição recomendou ajustes fiscais decisivos, incluindo a entrega de um superávit de 3% do PIB. Segundo o FMI, isso seria possível ao interromper as medidas para aliviar os choques econômicos anteriores e reduzir políticas ineficientes de impostos e gastos públicos.
Os diretores executivos também recomendaram reforçar a estabilidade do setor bancário, por meio da alteração da classificação de empréstimos, diversificação de estruturas de financiamento e monitoramento de bancos pequenos.