Primeiro voo com deportados dos EUA parte para Guantánamo

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Primeiro voo com deportados dos EUA parte para Guantánamo
(FILES) This photo made during an escorted visit and reviewed by the US military, shows an US soldier walking next to the razor wire-topped fence at the abandoned
Soldado americano caminha ao lado de cerca de arame farpado em centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba. 09/04/2014 – (Mladen Antonov/AFP)

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A porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Tricia McLaughlin, comunicou que o primeiro voo com imigrantes deportados do país partiu para Guantánamo nesta quarta-feira, 5. Isso ocorre depois do presidente Donald Trump ter afirmado que a base naval em Cuba, famosa pela brutalidade contra os alvos da guerra ao terror de George W. Bush após o 11 de Setembro, será usada para deter 30 000 ilegais.

Segundo McLaughlin, a aeronave militar com destino a Guantánamo transportou de 9 a 10 imigrantes. Ela os chamou de “estrangeiros criminosos altamente perigosos”, mas se recusou a fornecer mais detalhes sobre os indivíduos.

Nas últimas semanas, outros voos militares já levaram centenas de expulsos dos Estados Unidos para o México, Guatemala, Peru, Honduras, Colômbia, Brasil e Índia. Mas este é o primeiro para Guantánamo, após Trump informar que quer que o Pentágono e o Departamento de Segurança Interna expandam uma unidade de detenção de na base para abrigar mais de 30 mil imigrantes.

O governo, porém, não informou quanto custaria a expansão de Guantánamo, criada em 2002 para deter terroristas estrangeiros após os atentados às Torres Gêmeas em 2001.

Deportação em massa

O Pentágono informou que planeja deportar mais de 5 mil estrangeiros detidos pelas autoridades dos Estados Unidos em El Paso, no Texas, e San Diego, na Califórnia. Os voos militares, porém, são uma forma cara de conduzir o que Trump deseja que seja “a maior deportação em massa da história do país”. A agência de notícias Reuters apurou que transportar guatemaltecos de volta ao seu país na semana passada custou pelo menos US$ 4.675 por pessoa.

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Ainda assim, Trump tem recorrido cada vez mais aos militares na execução de sua política migratória, incluindo o envio de 2 mil soldados adicionais para a fronteira com o México, o uso de aeronaves militares para deportações e a abertura de bases militares para ajudar a abrigá-los antes de serem expulsos.

Controvérsias de Guantánamo

Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, se recusou a dizer se mulheres, crianças ou famílias seriam presas em Guantánamo. Segundo ela, o plano não é manter pessoas no centro de detenção indefinidamente, assegurando que o governo agiria de acordo com a lei.

A base já abriga uma instalação para migrantes — separada da prisão de segurança máxima para suspeitos de terrorismo —, que tem sido usada ocasionalmente por décadas, inclusive para manter haitianos e cubanos interceptados fazendo o trajeto até os Estados Unidos pelo mar.

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Em 2023, Guantánamo virou alvo de críticas de um especialista das Nações Unidas, segundo o qual os Estados Unidos tratam os detentos da prisão de segurança máxima de forma cruel, desumana e degradante à luz do direito internacional. Há 15 pessoas restantes nesta ala.

Os dois antecessores de Trump, os democratas Barack Obama e Joe Biden, tentaram fechar Guantánamo, mas só conseguiram reduzir sua população de presos. O republicano prometeu mantê-la aberta.

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