Prédios-caixão: mutirão no Grande Recife busca indenizar 1.908 famílias

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Prédios-caixão: mutirão no Grande Recife busca indenizar 1.908 famílias

Começa nesta segunda-feira (11) o Mutirão da Esperança, destinado a realizar acordos e indenizações para 1.908 famílias que residem em prédios do tipo “caixão” em Paulista, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Organizado pela Justiça Federal em Pernambuco, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), o mutirão acontece até o dia 14 de novembro e busca encerrar processos judiciais antigos, além de garantir compensação financeira para moradores que convivem com graves problemas estruturais e insegurança nas habitações.

Desde os anos 1990, mais de 20 desabamentos foram registrados no Grande Recife, com dezenas de mortes.

A urgência do evento foi intensificada após dois desabamentos trágicos em 2023. Em julho, um prédio de três andares em Paulista desmoronou, deixando 14 mortos e três feridos. O edifício, interditado desde 2010, havia sido ocupado por famílias sem-teto. Em abril, um acidente similar em Olinda resultou em mais seis mortes.

Na ação, as indenizações, que podem chegar a R$ 120 mil por apartamento, beneficiarão moradores de 82 blocos, localizados em conjuntos habitacionais como Arthur Lundgreen III, Residencial Arrecifes e Jardim Maranguape.

O atendimento aos beneficiários acontece na sede da Justiça Federal em Pernambuco, no bairro do Jiquiá, no Recife, das 9h às 17h. Para aqueles que preferem adiantar o processo, a Caixa Econômica disponibilizou atendimento até 25 de outubro na agência de Santo Amaro, no Recife.

Além das compensações financeiras, o acordo firmado entre a Advocacia-Geral da União (AGU), Caixa Econômica Federal (CEF), Estado de Pernambuco, Confederação Nacional das Seguradoras e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) inclui a transferência dos imóveis ao Estado, que deverá realizar a desocupação e demolição das estruturas com apoio do Ministério das Cidades.

Os terrenos serão posteriormente destinados a projetos sociais ou públicos, visando melhor aproveitamento das áreas antes ocupadas por prédios condenados.

A primeira fase do acordo abrange 133 edificações e demandará um investimento de R$ 500 milhões do Governo Federal.

Uma segunda etapa incluirá mais 298 prédios e contará com R$ 1,2 bilhão em recursos. No total, o plano envolve aproximadamente 14 mil famílias de 431 prédios interditados e com risco iminente de desabamento.