A polícia britânica solicitou nesta quinta-feira (26) que qualquer pessoa que tenha alegações contra o ex-proprietário da Harrods, Mohamed Al Fayed, se apresente às autoridades. Ainda sobre as acusações, os agentes disseram que procurariam processar pessoas ligados ao caso depois que várias mulheres acusaram o falecido bilionário de abuso sexual e estupro.
Em um documentário da BBC exibido na semana passada, afirmando que Al Fayed abusou sexualmente de funcionárias de sua loja de departamento londrina. Ele ainda teria ameaçado elas caso tentassem buscar a justiça. O documentário afirma que a empresa não interveio e ajudou a encobrir as alegações de abuso durante o período em que ele foi proprietário, de 1985 a 2010.
Embora o próprio Al Fayed tenha morrido no ano passado, aos 94 anos, a Polícia Metropolitana de Londres informou que iria investigar se outros indivíduos poderiam ser processados por delitos criminais.
“É fundamental que todas as vítimas tenham voz e possam denunciar quaisquer alegações, caso não o tenham feito antes, e saibam que serão levadas a sério”, disse Stephen Clayman, chefe de crimes especializados da Polícia Metropolitana.
“Temos equipes especializadas para garantir que todas as vítimas que entram em contato conosco sejam apoiadas da melhor maneira possível.”
Os advogados que representam as mulheres que alegam estupro e agressão sexual contra Al Fayed disseram ter recebido mais de 150 novas solicitações depois do caso se tornar público.
A Harrods, que foi vendida por Al Fayed para o fundo de investimentos da família real do Catar em 2010, disse em resposta às alegações estar “totalmente chocada”.
No passado, várias organizações de mídia expuseram alegações de abuso sexual contra Al Fayed, incluindo a Vanity Fair em 1995, a ITV britânica em 1997 e o Channel 4 em 2017. No entanto, muitas das mulheres só se sentiram capazes de falar publicamente após a morte de Al Fayed.
Em 2009, os promotores decidiram não acusar Al Fayed de ter agredido sexualmente uma menina de 15 anos em sua loja, alegando que não havia perspectiva realista de condenação.
O empresário sempre negou as acusações.