O Parlamento do Quênia aprovou, nesta terça-feira (25), o aumento dos tributos do país. Essa é a terceira votação dos legisladores sobre o tema, que agora vai à sanção presidencial.
A lei financeira visa angariar mais US$ 2,7 bilhões em impostos como parte de um esforço para diminuir a dívida pública. Apenas o pagamento de juros do país consome 37% das receitas anuais.
A discussão da medida causou protestos generalizados entre os cidadãos quenianos. Os manifestantes opõem-se aos aumentos de impostos num país que já se recupera de uma crise de custo de vida, e muitos também apelam à demissão do Presidente William Ruto.
Ruto venceu as eleições há quase dois anos com uma plataforma de defesa dos trabalhadores pobres, mas foi encurralado pelas exigências de credores como o Fundo Monetário Internacional, que insta o governo a reduzir o déficit público para ter acesso a mais financiamento.
Os quenianos têm lutado para lidar com vários choques econômicos causados pelo impacto persistente da pandemia de Covid-19, pela guerra na Ucrânia, por dois anos consecutivos de secas e pela desvalorização da moeda.
O governo já fez algumas concessões, prometendo eliminar os novos impostos propostos sobre o pão, o óleo de cozinha, a propriedade de automóveis e as transações financeiras. Mas isso não foi suficiente para satisfazer os manifestantes.