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Em comunicado emitido na manhã deste domingo, 2, o Vaticano informou que “a noite foi tranquila e o papa ainda está descansando”. Hoje é o dia tradicional da Oração do Angelus, quando o papa Francisco tradicionalmente surge na janela do Vaticano, ao meio-dia, para falar com fiéis, mas pela terceira vez consecutiva o texto da oração deve ser divulgado por escrito (leia o Angelus abaixo). O pontífice foi hospitalizado há dezessete dias no hospital público Gemelli, em Roma.
Na noite deste sábado, 1º, o boletim divulgado às 18h45 (14h45 de Brasília) informara que as “condições clínicas do papa Francisco permanecem estáveis”. Ele alternou a ventilação mecânica não invasiva com longos períodos de oxigenoterapia de alto fluxo, mantendo sempre boa resposta nas trocas gasosas. Está sem febre e não apresenta leucocitose (aumento anormal do número de glóbulos brancos no sangue).
Ainda segundo o comunicado, “os parâmetros hemodinâmicos estavam sempre estáveis”. Ele seguiu se alimentando e realizou regularmente a fisioterapia respiratória, colaborando ativamente. Sem incidência de broncoespasmo, o papa Francisco está alerta e orientado, diz a equipe médica. À tarde, recebeu a Eucaristia e depois se dedicou à oração, por 20 minutos, segundo fontes do Vaticano. O prognóstico permanece reservado.
Na manhã de sábado, o informe dizia que “a noite passou tranquila e o papa está descansando”. O papa, inclusive, bebeu café, segundo VEJA apurou.
Na sexta-feira, 28 de fevereiro, Francisco teve uma crise isolada de broncoespasmo, que levou a um episódio de vômito e “um rápido agravamento do quadro respiratório”. Ele não foi intubado. A VEJA, interlocutores disseram que seriam necessárias de 24 a 48 horas para avaliar as consequências do fato. “O Santo Padre foi prontamente broncoaspirado e iniciou ventilação mecânica não invasiva, com boa resposta nos intercâmbios gasosos.Ele permaneceu sempre vigilante e orientado, colaborando nas manobras terapêuticas”, afirmou a Santa Sé em comunicado.
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Desde a primeira semana de internação, os boletins médicos passaram a descrever a situação como “complexa”, depois da bronquite que o levou ao hospital evoluir para uma infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral – quando a doença afeta os dois pulmões. Os novos diagnósticos levaram a uma alteração nos tratamentos. A VEJA, autoridades do Vaticano reiteraram que a condição não é crítica, mas complexa, e que não há previsão de alta. “As condições clínicas do santo padre continuam a melhorar também ao longo do dia. Ele alternou entre oxigenoterapia a altos fluxos com ventimask”, reportou um dos comunicados, referindo-se à máscara de oxigênio que o pontífice usa intermitentemente, como já havia reportado VEJA.
Leia o Angelus deste domingo:
Queridos irmãos e irmãs,
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No Evangelho deste domingo (Lucas 6:39-45), Jesus nos faz refletir sobre dois dos cinco sentidos: a visão e o paladar. Com relação à visão, pede para treinar os olhos para observar bem o mundo e julgar o próximo com caridade. Diz o seguinte: “Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (versículo 42). Somente com esse olhar de cuidado, não de condenação, a correção fraterna pode ser uma virtude. Porque se não for fraterna, não é uma correção! Com relação ao paladar, Jesus nos lembra que “toda árvore é reconhecida pelos seus frutos” (versículo 44). E os frutos que vêm do homem são, por exemplo, as suas palavras, que amadurecem em seus lábios, de modo que “sua boca fala do que o coração está cheio” (versículo 45). Os frutos ruins são as palavras violentas, falsas, vulgares; aqueles bons são as palavras justas e honestas que dão sabor aos nossos diálogos. E, então, podemos nos perguntar: como eu olho as outras pessoas, que são meus irmãos e irmãs? E como me sinto visto por eles? As minhas palavras têm um sabor bom ou estão impregnadas de amargura e de vaidade? Irmãs e irmãos, envio-lhes esses pensamentos ainda do hospital, de onde, como vocês sabem, estou há vários dias, acompanhado pelos médicos e profissionais de saúde, a quem agradeço pela atenção com que cuidam de mim. Sinto no coração a “bênção” que se esconde na fragilidade, porque justamente nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar no Senhor; ao mesmo tempo, agradeço a Deus porque me dá a oportunidade de compartilhar no corpo e no espírito a condição de tantas pessoas doentes e sofredoras. Gostaria de agradecer as orações que se elevam ao Senhor do coração de tantos fiéis de muitas partes do mundo: sinto todo o carinho e a proximidade de vocês e, neste momento particular, sinto-me como que “carregado” e apoiado por todo o Povo de Deus. Obrigado a todos! Eu também rezo por vocês. E rezo especialmente pela paz. Daqui a guerra parece ainda mais absurda. Rezemos pela martirizada Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu. Confiemos em Maria, nossa Mãe.
Bom domingo e até logo.
- Papa Francisco
- Vaticano
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