O movimento de estilista e indígena que fará de desfile um ato ambiental

Formado em História e consagrado como o estilista que transformou a moda praia em alta-costura, Amir Slama encontrou na Amazônia, durante suas viagens frequentes, não só a possibilidade de se conectar com a natureza, mas também uma fonte de inspiração para seu trabalho. Em uma dessas visitas, ele se aproximou da ativista indígena Txai Suruí e da empresária Catarina Bellino, dando origem ao movimento Fashion for Forests, iniciativa que une moda a causas ambientais. “A moda, por meio do seu apelo de comunicação, pode contribuir para uma maior conscientização sobre preservação e reflorestamento de áreas já devastadas”, explica Slama à coluna GENTE, adiantando que lançará o movimento durante seu desfile de 35 anos no São Paulo Fashion Week (SPFW), no dia 19 de outubro.

Do projeto nascerá a “tree”-shirt, referência à T-shirt (camiseta, em inglês), com design assinado pela ex-modelo Claudia Liz. A venda global da peça permitirá o plantio de árvores no território Paiter Suruí, em Rondônia. Slama garante que, com o produto, a iniciativa vai além do discurso bonito: “Cada ‘tree’-shirt resultará em uma árvore plantada. Espero que seja um movimento regenerativo, que inspire outras marcas, estilistas e consumidores a repensarem suas escolhas e seu impacto”.

Destaque internacional por seu trabalho em defesa dos direitos das comunidades indígenas e voz influente em fóruns globais, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), Txai Suruí atua como mentora do projeto e reforça à coluna o potencial das passarelas como ferramenta ambiental. “A moda fala mais do que roupas: fala sobre personalidade, mas também sobre uma das indústrias que mais poluem e também quem dita o que é belo. O originário é belo. Precisamos que a moda reconheça isso. Para isso, precisamos de um reflorestar mentes, corações e a própria terra”, reflete.

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