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O Ministério da Fazenda do Brasil divulgou nesta quinta-feira, 16, o relatório Prisma Fiscal de janeiro, que é amplamente acompanhado pelo mercado e que reflete as expectativas dos economistas de instituições financeiras, gestoras e corretoras para as contas públicas.
Para 2025, um ano de incertezas fiscais e com pessimismo crescente sobre a dívida pública, a projeção mediana do mercado de déficit primário veio um pouco mais otimista. A estimativa mediana de rombo nas contas do governo caiu de 87,3 bilhões de reais para 84,3 bilhões de reais e a correspondência da dívida no Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 82% para 81,20%
A meta do governo é de déficit zero para este ano, no resultado primário, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima e para baixo. Em reais, 0,25 ponto percentual do PIB equivale a cerca de 30 bilhões para cima ou para baixo.
Os economistas estimaram neste relatório que a arrecadação federal de 2025 seja maior. A previsão passou de 2,829 trilhões de reais para 2,843 trilhões de reais. A estimativa para a receitas líquidas passou de 2,286 trilhões de reais para 2,294 trilhões de reais. A projeção é de alta nas despesas totais do governo federal e variou de R$ 2,378 trilhões para R$ 2,384 trilhões.
Para o ano que vem, os economistas e analistas do setor privado revisaram para cima a expectativa de déficit primário nas contas do governo. A mediana das estimativas foi de 78,8 bilhões de reais de déficit primário para 79,3 bilhões de reais. A relação entre a dívida e PIB do Brasil foi revista para baixo: passou de 85,53% do PIB para 84,70%, em 2026.
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As projeções para arrecadação federal e receita líquida em 2026 foram de R$ 2,992 trilhões para R$ 3,008 trilhões e de 2,446 trilhões para 2,451 trilhões de reais. Os economistas estimaram despesas de 2,546 trilhões, ante 2,526 trilhões de reais previstos no relatório anterior.
O avanço do problema fiscal preocupa investidores, que questionam a sustentabilidade econômica do governo marcando um movimento de fuga de investimentos da Bolsa de Valores. A B3 registrou a saída de 24 bilhões de reais de recursos externos da bolsa de valores em 2024 — o pior resultado em nove anos.
O cenário de juros elevados — com a taxa básica de 12,25% — encarece o custo de financiamento da dívida pública, gerando receio desequilíbrio fiscal a longo prazo. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 12,25%, o comitê informou que tem acompanhado “com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal. Na ocasião, o comitê sinalizou mais duas altas de juros, levando a taxa Selic perto dos 15%.
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