Menopausa é o termo médico usado para definir a data da última menstruação da mulher. No entanto, só é possível cravar quando acontece a última menstruação quando a mulher fica um ano sem menstruar. Para o novo período, é comum que algumas pacientes façam o uso da terapia de reposição hormonal. Conheça abaixo os benefícios e as contraindicações dessa reposição.
Na mulher brasileira, a menopausa acontece em média aos 48 anos, mas pode ocorrer dos 40 até os 55 anos, sendo chamada de prematura antes do 40 e tardia após os 55. Seus sintomas mais comuns são: ondas de calor, irritabilidade, secura vaginal, insônia, fadiga e alterações de humor.
Já a reposição hormonal é o consumo de hormônios que estão diminuídos na mulher, a fim de restabelecer o equilíbrio e diminuir os sintomas decorrentes da menopausa. Segundo a ginecologista e obstetra, Maria Carolina Dalboni, a reposição hormonal visa repor principalmente o estradiol, a testosterona e a progesterona, que são hormônios sexuais.
No entanto, a doutora explica que não adianta repor apenas os hormônios sexuais e é necessário que os demais hormônios estejam com uma boa avaliação, como é o caso do cortisol e os hormônios da tireoide, por exemplo. “Muitas vezes, a gente vai precisar fazer uma modulação desses outros hormônios além da reposição dos dos hormônios sexuais”, diz.
De acordo com Marisa Teresinha Patriarca, coordenadora do setor de climatério do Serviço de Ginecologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE), o uso de reposição hormonal pode melhorar a qualidade de vida da paciente, e a terapia, no geral, é bem tolerada.
No entanto, a reposição hormonal pode acarretar alguns sintomas negativos, que “podem ser muito pequenos e, eventualmente, a mulher pode ter dor mamária, igual àquela que ela tinha na época que ela ia menstruar, ou pequenos sangramentos no início. Mas tudo isso é esperado de acontecer”, relata a médica.
De acordo com a coordenadora, existe um período oportuno para fazer a terapia hormonal. “A gente chama de janela de oportunidade, ou seja, quanto mais próximo da menopausa, muito maiores os benefícios e menores os riscos”.
Em seguida, ela também acrescenta que, como o tratamento é individualizado para cada caso, é necessário ser colocado na balança as oportunidades e riscos antes de iniciar a terapia hormonal.
A ginecologista e obstetra Roberta Simonaggio destaca outros pontos positivos da reposição hormonal: “Além de restabelecer o equilíbrio hormonal na mulher e diminuir os sintomas das menopausa e perimenopausa, consistem em redução de perda óssea, melhora do bem-estar, da libido, da pele, calor, diminuição do risco de doença cardiovascular, melhora da memória”.
Quais são as indicações da terapia hormonal?
De acordo com Marisa Teresinha Patriarca, a indicação primária é o alívio dos sintomas vasomotores, caracterizada pelos episódios súbitos de calor. Em segundo lugar, a ginecologista cita os sintomas geniturinários, que envolvem atrofia vaginal e urinária, além de prevenir fraturas por osteoporose.
Em outro momento, a médica ainda menciona que o tratamento também é indicado para aquelas pacientes que têm insuficiência ovariana prematura antes dos 40 anos.
“A gente tenta levar a reposição hormonal para pacientes que podem fazer isso, até a idade média da menopausa, que gira em torno de 48 anos na mulher brasileira”, explica.
Por outro lado, Simonaggio frisa os riscos do tratamento, que aparecem quando a terapia é usada em mulheres que possuem contraindicações como aquelas com alto risco cardiovascular e câncer de mama.
“Vale a pena salientar que mulheres saudáveis e com baixo risco cardiovascular, não há malefícios e somente benefícios na reposição hormonal”, afirma.
Ela também menciona que a paciente descobre se precisa de reposição hormonal através dos sintomas e da consulta com o ginecologista que poderá aconselhá-la e avaliar as indicações ou contraindicações na reposição hormonal.
Conheça os mitos e verdades sobre a menopausa