O coordenador de Estratégia Internacional da DSI-USP, Alberto Pfeifer, fez uma análise crítica sobre a capacidade de liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no cenário internacional.
Durante sua participação no programa WW, Pfeifer destacou que, embora o Brasil seja visto positivamente, o governo Lula não consegue transformar essa percepção favorável em resultados concretos na política externa.
Segundo o especialista, “O Brasil tem capacidade de ser tomado em conta positivamente, a pesquisa demonstra isso. O governo Lula, Lula como liderança, não tem capacidade de transformar essa boa percepção, essa boa imagem em ativo diplomático, em ativo de política externa”.
Pfeifer ressaltou que há uma desconfiança generalizada em relação à capacidade de Lula de liderar e conduzir processos que sejam relevantes para os países envolvidos nas relações internacionais.
Esta percepção, de acordo com o coordenador, reflete a realidade atual da política externa brasileira.
Discurso na ONU e percepção regional
O analista também comentou o recente discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU, caracterizando-o como “uma grande varredura dos temas atuais, uma revisão também de temas, de aspectos estruturais, mas sem um receituário concreto para o enfrentamento”.
Pfeifer argumentou que essa abordagem espelha a percepção da opinião pública latino-americana em relação ao atual governo brasileiro.
“Não confiam, porque o governo não entrega os instrumentos eficazes, embora aceite que o Brasil é um país amigo, é um país de pessoas boas, é um país que não causa grandes temores aos seus vizinhos nem ao mundo”, explicou.
O especialista concluiu sua análise afirmando que o Brasil está aquém de seu potencial para influenciar temas globais e, principalmente, regionais.
Apesar da imagem positiva do país, a falta de ações concretas e eficazes na política externa limita sua capacidade de liderança e influência no cenário internacional.
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