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O governo israelense suspendeu neste domingo, 2, a entrada de toda a ajuda humanitária internacional na Faixa de Gaza. O bloqueio ocorre em meio às incertezas sobre as próximas etapas do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas — a primeira fase do processo teve o prazo de validade encerrado no último sábado, 1º, e os passos seguintes ainda não foram inteiramente definidos.
Imagens divulgadas na imprensa internacional mostram fileiras de caminhões barrados na passagem de Rafah, na fronteira entre Palestina e Egito, impedidos de entrar em Gaza com alimentos, roupas, medicamentos e outros itens para socorrer a população atingida pelos bombardeios israelenses.
O bloqueio do auxílio internacional coloca em xeque o frágil acordo de suspensão das hostilidades definido em janeiro, mais de um ano após o início do conflito. A manobra é utilizada pelo governo do premiê Benjamin Netanyahu para pressionar o Hamas a aceitar os termos israelenses para a segunda etapa do cessar-fogo — porta-vozes do grupo armado palestino classificaram a decisão como “uma extorsão barata, um crime de guerra e um flagrante ataque” às negociações.
Cessar-fogo pode naufragar com impasse nas negociações
Segundo a nova proposta de Israel, elaborada com o apoio dos Estados Unidos, o cessar-fogo se estenderia por todo o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos que começou na última sexta-feira, 28, até a Páscoa judaica, que termina em 20 de abril. Em contrapartida, o governo Netanyahu exige a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas ainda durante as negociações, com pelo menos metade dos prisioneiros israelenses soltos em um único dia.
Do lado palestino, o Hamas afirma que está disposto a libertar todos os reféns ao longo da segunda etapa do acordo, mas demanda um compromisso israelense para encerrar a guerra, retirar as tropas de toda a Faixa de Gaza e devolver prisioneiros mantidos por Israel. A posição do grupo está alinhada ao governo do Egito, que também deseja um acordo permanente de cessar-fogo antes de apoiar a libertação dos presos.
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Desde que o cessar-fogo entrou em vigor, em 19 de janeiro, Hamas e Israel trocam acusações sobre violações ao acordo. Durante a etapa inicial, os palestinos libertaram 25 reféns vivos e devolveram oito corpos, em troca da liberdade concedida a cerca de 2.000 prisioneiros mantidos pelos israelenses, e o governo Netanyahu autorizou a entrada de um fluxo diário de centenas de caminhões transportando ajuda humanitária.
Aproximadamente 2,3 milhões de pessoas vivem na Faixa de Gaza, segundo estimativas da Autoridade Palestina — contudo, em meio à migração e deslocamento em massa da população atingida pelo conflito, não há certeza sobre quantos habitantes permanecem no território. O conflito, iniciado em 8 de outubro de 2023, já deixou quase 50.000 mortos do lado palestino, a maioria civis, e cerca de 1.700 vítimas fatais israelenses.
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