Ibovespa mira os 137 mil pontos após alta recorde; dólar sobe

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Ibovespa mira os 137 mil pontos após alta recorde; dólar sobe

O Ibovespa oscilava nesta terça-feira (27), morando os 137 mil pontos após renovar máxima intradia na última sessão, enquanto o dólar tinha leve alta frente ao real, em meio a uma agenda esvaziada no exterior e dados de inflação em linha com o esperado no Brasil.

Os mercados globais eram marcados por uma demonstração de cautela nesta sessão, com investidores na espera de divulgações importantes na semana, incluindo o balanço da Nvidia, na quarta-feira (28), e o índice PCE de julho, na sexta-feira (30).

No radar dos investidores ainda estavam o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, que tem movimentado os preços do petróleo, e a perspectiva de cortes de juros no Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em setembro, com operadores discutindo qual será o tamanho do afrouxamento.

Às 14h20, o Ibovespa subia 0,04%, aos 136.950,13 pontos. O principal índice da bolsa brasileira renovou a máxima histórica na última sessão, com um avanço de 0,94%, aos 136.888 pontos, dando segmento ao rali visto na última semana, quando quebrou recordes de alta por três sessões seguidas.

O índice acumula ganhos significativos no mês de agosto, com uma valorização de 7,23%. Na semana, o Ibovespa apresenta um desempenho positivo de 0,94%. O volume médio de negociações nos últimos 20 dias tem sido de R$ 943,3 milhões.

No mesmo horário, o dólar tinha alta de 0,17%, cotado a R$ 5,506. Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,24%, negociado a R$ 5,492 na venda.

Apesar desse pequeno avanço no dia, a moeda americana acumula uma queda de 2,88% no mês de agosto. Na comparação semanal, o dólar apresenta uma valorização de 0,27% frente ao real.

No mercado de criptomoedas, o bitcoin apresenta queda de 1,01% nesta manhã, sendo cotado a R$ 342.993,97. A principal criptomoeda do mundo acumula perdas de 2,92% na semana e de 6,26% no mês de agosto, indicando um período de volatilidade no mercado cripto.

Cenário internacional

Investidores globais demonstravam cautela nos mercados de câmbio enquanto aguardam uma série de novos dados econômicos a serem divulgados ao longo da semana e observam o desenvolvimento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.

O confronto entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah no fim de semana levantou preocupações sobre uma escalada das tensões regionais, impulsionando uma busca por ativos seguros na véspera e, consequentemente, fortalecendo o dólar ante seus pares fortes e emergentes.

Na sessão desta terça, por outro lado, o movimento da divisa norte-americana tinha pouca oscilação, em meio a uma agenda macroeconômica esvaziada, com agentes financeiros esperando novas notícias vindas do Oriente Médio e mais dados econômicos globais para avaliarem o estado das principais economias do planeta.

O principal evento da semana será a divulgação do índice PCE de julho — indicador preferido de inflação do Fed —, que fornecerá sinais sobre a trajetória dos preços nos Estados Unidos.

Os mercados também seguem discutindo sobre o início do afrouxamento monetário no banco central dos EUA em setembro, com as apostas mostrando uma chance de 71% de um corte de 25 pontos-base nos juros e uma probabilidade de 29% de uma redução maior de 50 pontos-base.

Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente quando os rendimentos dos Treasuries recuam.

Cenário nacional

No cenário nacional, o IBGE divulgou dados do IPCA-15 de agosto, que vieram em linha com o esperado e não alteraram as expectativas de boa parte do mercado que o Banco Central elevará a Selic dos atuais 10,50% em sua próxima reunião, em setembro.

O índice registrou alta de 0,19% em agosto na base mensal, ligeiramente abaixo da expectativa de analistas consultados pela Reuters de um avanço de 0,20%. Em 12 meses chegou a alta de 4,35%, pouco abaixo do teto da meta do Banco Central de 4,50%.

“Dificilmente (o IPCA-15) muda a trajetória de uma expectativa de alta da Selic, algo que poderia ter sido evitado caso a comunicação (do BC) tivesse sido mais clara e coerente ao longo das últimas semanas”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Uma alta na Selic seria, em tese, positiva para o real, diante do aumento de diferencial de juros entre EUA e Brasil, principalmente com o início do afrouxamento monetário pelo Fed.

O foco também se concentra nos comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Conferência Anual do Santander, com agentes financeiros de olho no que ele tem a dizer sobre o estado da economia brasileira e as perspectivas para o futuro.

*Com informações de Reuters