O braço armado do Hamas disse nesta segunda-feira (2) que, desde junho, o grupo tem operado sob novas instruções sobre como lidar com os reféns caso as forças israelenses tentem realizar uma operação de resgate.
O anúncio vem dias depois que os militares israelenses recuperaram os corpos de seis reféns de um túnel na cidade de Rafah, no sul de Gaza, dizendo que eles foram mortos a tiros pelos militantes do Hamas enquanto as forças de Israel se aproximavam.
Abu Ubaida, porta-voz do grupo, não deu detalhes sobre quais eram as instruções. Ele disse que Hamas considera Israel responsável pela morte dos reféns.
As novas instruções, disse Ubaida, foram dadas aos guardas após uma operação de resgate de Israel em junho. Naquela época, as forças israelenses libertaram quatro reféns em um ataque no qual dezenas de palestinos, incluindo mulheres e crianças, foram mortos.
“A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros através da pressão militar, em vez de selar um acordo significa que eles serão devolvidos às suas famílias em caixões. Suas famílias devem escolher se as querem vivas ou mortas”, disse ele.
Netanyahu disse em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (2) que os reféns foram baleados na parte de trás da cabeça, e prometeu que o Hamas pagaria um preço alto.
Sami Abu Zuhri, um alto funcionário do grupo palestino, disse que as acusações de Netanyahu contra o Hamas foram uma tentativa de escapar da responsabilidade por sua morte, acrescentando que as ameaças aos seus líderes não os assustavam.
“Netanyahu matou os seis prisioneiros e está determinado a matar os restantes. Os israelenses devem escolher entre Netanyahu ou o acordo”, disse Abu Zuhri
Israel e o Hamas estão há meses em um impasse por um acordo que prevê um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns.