O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que o Brasil está diante de “desafios e oportunidades” em relação às mudanças climáticas vividas no mundo.
Segundo ele, o país tem condições de abastecer o mundo na transição energética, mas também precisa se adaptar para continuar competitivo.
“Existe hoje um ecossistema em torno da questão ecológica que pode representar um ganho para o Brasil. Esse é um dos motivos pelos quais o ministro das Finanças é amigo da ministra do Meio Ambiente”, afirmou.
“Algumas nações enfrentarão apenas problemas, outras enfrentarão apenas oportunidades. O Brasil enfrentará tanto problemas quanto oportunidades”, disse.
As declarações foram feitas durante participação no 27º Congresso Internacional de Direito Constitucional, realizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília.
Haddad citou os efeitos sobre a inflação que o país tem enfrentado, especialmente na energia e nos alimentos, e lembrou dos eventos climáticos extremos deste ano: das fortes chuvas que inundaram o Rio Grande do Sul à seca extrema que afetou a maioria dos estados da região Norte.
Segundo ele, a presidência do Brasil no G20 incluiu uma pauta justamente para tratar dessas questões. Nesse sentido, o ministro defende que o país precisa se adaptar a esse cenário para aproveitar as oportunidades.
“É um mundo novo que está se desenhando, com uma infinidade de temas que vão entrar na ordem do dia e que teremos de enfrentar”, frisou.
O chefe da equipe econômica do presidente Lula afirmou ainda que o Brasil tem condições de produzir energia eólica, biocombustíveis, Combustível Sustentável de Aviação (SAF), além de insumos verdes como bioestimulantes e tecidos sintéticos de qualidade.
Haddad pontuou também que o Brasil vem criando oportunidades tanto no campo da produção energética quanto nos investimentos voltados à proteção ambiental, como os títulos verdes no mercado internacional e o Tropical Forest Facility Fund (TFFF – Fundo de Apoio às Florestas Tropicais, em tradução livre), apresentado recentemente pelo ministro e sua equipe a investidores estrangeiros nos Estados Unidos.
Nesse sentido, Haddad lembrou que diversos países estão criando mecanismos para se adaptar às mudanças climáticas, como a compensação de créditos de carbono. De acordo com ele, “se os ministros de Fazenda ao redor do mundo não estiverem atentos a isso, perderão oportunidades”.
“Não tem como falar de desenvolvimento sem falar de sustentabilidade. Há 20 anos, esses eram dois polos opostos, que se contradiziam. Agora, não, pois isso afeta a vida social do país”, concluiu.
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