Apesar da pouca idade, Gabriel David não chegou de paraquedas ao mais algo cargo de gestão do Carnaval carioca. Aos 26 anos, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) é filho do presidente de honra da Beija-Flor, Anísio Abraão David, logo, frequenta o universo carnavalesco desde que se entende por gente. É ele o responsável pelas ideias que têm movimentado – e dado o que falar – além dos limites da Marquês de Sapucaí. A mais impactante delas: implementou um dia extra de desfiles, a terça-feira de Carnaval, distribuindo quatro escolas a cada noite. Entrevistado do programa especial de Carnaval da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+ e também na versão podcast no Spotify), Gabriel explica o que o motivou a este novo modelo, fala como se dará o julgamento e expõe que deseja um teto de gastos para as agremiações.
Assista ao programa especial de Carnaval com Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira, que desfilam domingo, 2
Assista ao programa especial de Carnaval com Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel, que desfilam na segunda-feira, 3
Assista ao programa especial de Carnaval com Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela, que desfilam na terça-feira, 4
TRÊS DIAS. “A maior receita das escolas de samba é oriunda da venda de ingressos. Então, quando a gente aumenta um terceiro dia, potencializa ainda mais essa receita. A gente também tem uma questão da uniformidade da apresentação. A luz cênica, tão fundamental para os quesitos de alegorias e fantasias, interfere significativamente no julgamento. Assim a gente consegue garantir que as quatro escolas tenham a totalidade dos seus desfiles acontecendo à noite. Elas podem usufruir de uma forma mais positiva desse elemento tecnológico. Também tem a questão da movimentação financeira e turística da cidade. A gente retém por mais tempo os turistas”.
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JULGAMENTO. “Tem uma mudança no julgamento. As notas normalmente só fechavam depois que a última escola desfilava, no final da segunda-feira. Agora elas fecharão por noite. No final de domingo, no final de segunda e no final de terça-feira. Isso fará com que o modelo de julgamento não seja comparativo. O jurado tem que julgar baseado no manual do julgador. A gente fez ele com uma compreensão muito mais fácil, não só para o julgador, mas para qualquer pessoa que quiser saber mais”.
TETO DE GASTOS. “O teto de gastos faz parte de um processo de profissionalização tanto da Liesa, quanto das escolas. Mas antes, é importante falar sobre o fluxo financeiro, principalmente da verba que parte do poder público às escolas. Demora muito para essa verba chegar. Se as escolas tiverem a verba com mais antecedência, terão poder de compra maior. Elas conseguem entregar o mesmo nível de desfile gastando menos, caso tenham previsibilidade do fluxo financeiro. O teto de gastos é interessante em algum momento, porque não é competição financeira, é de criatividade. Esse momento vai chegar, mas ainda precisamos caminhar mais. Hoje um desfile disputando título custa 17 milhões de reais. Desses, 12, quase 13 milhões, vêm da Liesa. E de onde vem o dinheiro? Venda de ingressos, patrocínio, Prefeitura e Governo do Estado e TV Globo”.
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