Dólar abre semana com estabilidade antes de dados de inflação e decisão do Fed

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Dólar abre semana com estabilidade antes de dados de inflação e decisão do Fed

O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (10), favorecido pela avanço de preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, enquanto investidores aguardam novas pistas sobre a política monetária norte-americana na semana.

Às 11h25, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação positiva de 0,38%, a 121.227 pontos. Entre os destaques, as ações da Petrobas avançam mais de 2% na sessão, acompanhando o cenário positivo das commodities.

Já o dólar registra fortes ganhos, em linha com o exterior, abrindo uma semana que terá a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco do Japão. No mesmo horário, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 5,368 na venda.

Ruídos temporários foram responsáveis pela maior parte da performance negativa do real na semana passada. Embora acreditemos que haverá um alívio no curto prazo, o real pode continuar abaixo de seus pares depois da reunião do Fed”, avaliou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Os investidores estarão atentos nesta semana à divulgação de uma série de dados econômicos e decisões de política monetária que devem moldar suas expectativas para o futuro das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Na quarta-feira, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgará dados de preços ao consumidor, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração em direção a uma alta de 0,1% ao mês, ante o ganho de 0,3% em abril.

No mesmo dia, o banco central norte-americano deve manter inalterada sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, uma vez que as autoridades permanecem cautelosas com a trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%, após números mostrarem na semana passada que o mercado de trabalho no país permanece aquecido.

O Banco do Japão anunciará sua decisão de política monetária na sexta-feira.

A semana começou com os ativos europeus em forte queda depois que as eleições para o Parlamento Europeu no fim de semana confirmaram um amplo avanço da extrema-direita em vários dos principais países da União Europeia, como França, Alemanha e Itália.

O euro era negociado a US$ 1,075225, em queda de 0,46% no dia.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,16%, a 105,230.

No cenário nacional, o IBGE divulgará na terça-feira os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para maio. Analistas consultados pela Reuters esperam uma aceleração ligeira na base mensal, a 0,42%, ante 0,38% no mês anterior.

Os mercados ainda analisam comentários de membros do Banco Central, como o presidente Roberto Campos Neto, que participou de palestra nesta manhã em evento da Constellation Asset Management, em São Paulo.

Na ocasião, Campos Neto disse que a possibilidade de o mercado de trabalho apertado afetar inflação de serviços é uma preocupação, embora esse impacto ainda não tenha sido observado no Brasil.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram mais uma vez sua projeção para o IPCA ao fim deste ano e do próximo, mantendo estável a expectativa sobre a taxa Selic.

Em 2024, os analistas veem os preços fechando o ano com alta de 3,90%, ante 3,88% na semana anterior. Para 2025, a projeção é de alta de 3,78%, de 3,77%.

Houve também aumento também na expectativa para a taxa de câmbio ao fim do próximo ano, com o dólar fechando 2025 em R$ 5,09, ante R$ 5,05 na semana passada.

A estimativa para a Selic permaneceu em 10,25% para o final do ano corrente, mas mudou de 9,18% para 9,25% para o próximo exercício.

Economistas do Itaú revisaram a projeção para a taxa básica de juros de 10,25% para 10,50% ao final de 2024 e 2025, avaliando que não há mais espaço para cortes adicionais de juros, em meio às expectativas de inflação crescentes, atividade econômica resiliente e maiores incertezas doméstica e externa.

Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,3247 na venda, em alta de 1,44%, atingindo seu maior valor de fechamento desde 5 de janeiro de 2023.