Campanha de Kamala diz que acordo de Trump com Talibã levou a “consequências catastróficas”

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Campanha de Kamala diz que acordo de Trump com Talibã levou a “consequências catastróficas”

A campanha da vice-presidente e candidata democrata à presidência nos Estados Unidos, Kamala Harris, está trazendo à tona uma série de postagens nas redes sociais, de cinco anos atrás, em que o ex-presidente americano Donald Trump disse que convidou líderes do Talibã a Camp David para se encontrarem com ele e o presidente do Afeganistão. A campanha argumenta que as “ações caóticas” de Trump levaram a “consequências catastróficas” no Afeganistão.

Em uma declaração neste sábado (7), o porta-voz da campanha de segurança nacional de Kamala, Morgan Finkelstein, citou a forma que Trump lidou com o Afeganistão como um exemplo de política externa que “coloca as tropas (americanas) em perigo”.

“Trump ataca descaradamente a vice-presidente porque espera poder enganar o país, fazendo-o esquecer que as suas próprias ações minaram a estratégia dos EUA e colocaram as nossas tropas e aliados em perigo. Trump queria trazer o Talibã para Camp David poucos dias antes do 11 de setembro – pensem nisso. Ele fez um acordo ruim com as mesmas pessoas que tomaram violentamente o Afeganistão, levando ao colapso do governo. As ações caóticas de Trump levaram a consequências catastróficas no Afeganistão”, afirmou Finkelstein no comunicado.

A declaração ocorre em um momento em que Trump e seus aliados tentam repetidamente vincular Kamala Harris à retirada caótica e mortal do Afeganistão em 2021.

Contexto

Em setembro de 2019, Trump disse que os líderes do Talibã iriam viajar para os EUA para conversas de paz secretas, mas que a reunião foi cancelada e, então, ele optou por anular totalmente negociações com o grupo. Trump postou no Twitter, agora X, que cancelou a reunião depois que o Talibã assumiu responsabilidade por um ataque em Cabul que matou doze pessoas, incluindo um soldado americano.

Trump prometeu retirar as tropas dos EUA do Afeganistão durante o seu mandato. A sua administração deu início à retirada final ao negociar e assinar um acordo com o Talibã em 2020 que estipulava a retirada dos militares dos EUA no Afeganistão.

Depois de Trump ter perdido as eleições presidenciais de 2020, ele demitiu seu secretário de Defesa da época, Mark Esper, retirou muitos altos funcionários do Pentágono e tentou acelerar ainda mais as retiradas dos EUA, tanto no Afeganistão como na Europa.

Biden reverteu a redução dos militares na Europa, mas atrasou em alguns meses os planos de Trump de retirar as tropas dos EUA do Afeganistão, apesar das condições locais e dos rápidos ganhos do Talibã.

O tenente-general aposentado H.R. McMaster, que serviu como Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, disse no mês passado que seu ex-chefe tem certa responsabilidade pelo que foi, em última análise, uma retirada caótica.

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