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Até mesmo pessoas ligadas ao Kremlin parecem surpresas com a velocidade e intensidade dos acenos de Donald Trump ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, antes mesmo do início de negociações para encerrar a guerra na Ucrânia. A avaliação foi feita por Vladimir Milov, ex-vice-ministro de Energia da Rússia, em entrevista à emissora americana CNN, publicada nesta sexta-feira, 21.
Milov disse à CNN que, com base no que ouviu, “todos em Moscou estão totalmente surpresos agora que receberam todas as concessões que queriam, mesmo antes do início das negociações”. O cenário é “um resultado chocante, até mesmo para os padrões de Vladimir Putin”, acrescentou.
Nos últimos dias, Trump começou a repetir pontos até então ecoados apenas por Moscou. O presidente dos Estados Unidos chamou seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de “ditador sem eleições” (seu mandato expirou em maio passado, mas não houve novo pleito devido ao estado de guerra), dizendo que era melhor ele “agir rápido ou não terá mais um país. Ele também sugeriu que Kiev teria sido responsável pelo conflito.
Enquanto isso, Zelensky acusou o americano de viver em “uma bolha de desinformação” e acreditar nas “mentiras” da Rússia, sustentando que jamais aceitará um acordo de paz que não o inclua nas negociações. O ucraniano acusou ainda os Estados Unidos de tirarem a Rússia do isolamento global em que caiu após invadir a Ucrânia. Ele já havia protestado por ter sido deixado de fora das conversas, ao que Trump respondeu culpando-o por dar continuidade ao conflito ao falhar em firmar um acordo com Vladimir Putin.
Depois de um telefonema de noventa minutos entre os líderes americano e russo na semana passada, Pete Hegseth, secretário da Defesa dos Estados Unidos, proclamou que seria “irrealista” restaurar a integridade territorial ucraniana no âmbito de um armistício e descartou a entrada do país na Otan, jogando a responsabilidade de dar garantias de segurança a Kiev para a Europa. Essencialmente, as negociações começaram nos termos de Putin.
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As exigências de Moscou parecem estar se acelerando nos últimos dias, observou Milov, dizendo que “Moscou está claramente encorajada pela falta de disposição de Trump em impor quaisquer condições à Rússia”.
Em meio às tensões, líderes europeus estão cada vez mais temerosos de que Trump esteja dando concessões demais à Rússia em sua busca pelo acordo com a Ucrânia, que ele prometeu selar antes mesmo de assumir o cargo. Mas o republicano insiste em que seu único objetivo é a “paz”. para acabar com o maior conflito bélico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
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