Análise: O que o desempenho de Kamala em debates pode indicar sobre o confronto com Trump

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Análise: O que o desempenho de Kamala em debates pode indicar sobre o confronto com Trump

O mundo conhece o tipo de debatedor que o ex-presidente Donald Trump é: solto com os fatos, rápido com um insulto e excessivamente convencido.

Mas e a vice-presidente Kamala Harris?

Embora sua campanha presidencial de 2020 mal tenha registrado impacto – ela encerrou a campanha em dezembro de 2019, antes que os primeiros votos nas primárias fossem lançados – Kamala deixou uma marca de uma forma importante. No palco do debate das primárias em junho de 2019, antes de ela ser sua companheira de chapa ou ele estar perto da Casa Branca, Kamala desferiu um ataque devastador a Joe Biden, criticando-o por elogios no passado a homens como os falecidos senadores Strom Thurmond, da Carolina do Sul, e John Stennis, do Mississippi, “que construíram suas reputações e carreiras na segregação racial neste país.”

Kamala, sem dúvida, passou seu tempo de preparação para debates trabalhando em material para usar contra seu rival deste ano. Ela e Trump estão prestes a se encontrar pela primeira vez e debater na noite de terça-feira (10) no importante estado da Pensilvânia. A ABC News vai transmitir o evento.

Ao contrário de Biden, Kamala Harris não precisará voltar aos anos 1970 para elaborar suas linhas de ataque. Ela pode se basear na condenação criminal de Trump em Nova York, sua responsabilidade em um caso de abuso sexual e difamação, suas políticas nacionalistas, suas alegações infundadas de fraude eleitoral – para as quais não há evidências – ou sua promessa absurda de prender os oficiais eleitorais.

No entanto, também durante aquele debate de 2019, Kamala foi criticada pela ex-deputada Tulsi Gabbard por seu histórico como procuradora. Gabbard argumentou que Kamala foi dura demais com os infratores de maconha e apresentou outras críticas ao seu tempo como procuradora.

Gabbard, segundo relatos, ajudou Trump com sua própria preparação para debates, e Trump vai querer pintar Kamala como alguém à esquerda do mainstream americano – alguém que mudou suas posições por conveniência política em 2019 e agora as mudou novamente para concorrer à presidência.