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Quando assumir o governo americano pela segunda vez, no próximo dia 20, Donald Trump será o primeiro presidente americano criminoso sentenciado. Isso é uma nódoa a mais em sua duvidosa biografia.
Trump foi condenado à “liberação incondicional” pelo juiz Juan Merchan. Foi essa a forma que o magistrado encontrou para a situação “excepcional” de estar condenando uma pessoa que foi eleita para governar os Estados Unidos nos próximos quatro anos. Mas, convenhamos leitora e leitor, parece piada. Você cometeu crime e eu te condeno à liberdade e é incondicional, nem tente ficar preso.
Como era de se esperar, o republicano foi para as redes sociais dizer que foi absolvido. Deixarei aqui os grifos dele. “Eu recebi uma LIBERAÇÃO INCONDICIONAL. Esse resultado por si só prova que, como os estudiosos e especialistas disseram, NÃO HÁ CASO, NUNCA HOUVE UM CASO e todo esse golpe merece ser rejeitado. O verdadeiro juri, o povo americano, falou ao me reeleger com um novo MANDATO esmagador”.
De tudo o que disse Trump a única verdade é que ele teve vitória esmagadora, e que gerou essa situação esdrúxula de um condenado exercer a presidência. Esse caso é apenas um dos muitos em que o direitista é investigado. Especificamente, é a acusação de fraude contábil no caso do pagamento de suborno à atriz pornô Stormy Daniels, com quem teve um caso.
Trump tenta transformar em vitória uma derrota. O direitista tentou evitar que o caso fosse julgado. E foi até à Suprema Corte, depois de todas as postergações. Pediu à Corte de maioria conservadora que sequer houvesse a sessão de julgamento alegando estar muito próxima da sua posse. O tribunal, mesmo tendo três juízes nomeados por ele, mandou prosseguir o julgamento.
Portanto é uma derrota pra ele. Mas é uma derrota mesmo para todos os seus adversários, toda a oposição – todo mundo que percebe seus delitos em série – e para a própria democracia. Um condenado, investigado em inúmeros crimes, e que ordenou pessoalmente a invasão do Congresso, governará o país mais poderoso da Terra.
- Donald Trump
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